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MESA-REDONDA

EPIGENÉTICA E SAÚDE:
como o estilo de vida reprograma os genes

Efeitos epigenéticos e transgeracionais da nicotina

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Sabe-se que o consumo de cigarros na fase gestacional é responsável por alterações no desenvolvimento embrionário e fetal. Há anos os cientistas procuram entender os mecanismos pelos quais essas alterações ocorrem, explorando os mecanismos de interação materno-fetal. Contudo, mais recentemente, levantou-se a possibilidade de que a nicotina possa ser responsável por alterações de origem epigenética. Os principais mecanismos epigenéticos consistem em adição de grupamentos químicos diretamente no DNA (onde interferem no acesso da enzima responsável pela transcrição) ou nas histonas (impactando na compactação do DNA), e que não afetam a sequência de DNA, mas interferem na transcrição gênica. Além disso, pesquisas atuais tem relacionado as mudanças epigenéticas com pré-eclâmpsia, restrição ao crescimento intrauterino, aborto espontâneo, malformações congênitas e distúrbios metabólicos. Portanto, existe a necessidade de elucidação dos mecanismos pelo qual a nicotina desencadeia esse panorama clínico, por meio do estudo de mecanismos celulares, moleculares e epigenéticos.

Efeitos epigenéticos das transfusões de sangue

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A transfusão de sangue, um dos procedimentos médicos mais antigo e utilizado no mundo, consiste na transfusão do sangue total ou de seus componentes (hemocomponentes) de um doador a um receptor. Apesar de todo o controle de qualidade hoje envolvido, este recurso terapêutico está associado a importantes riscos ao paciente. Tais riscos incluem a transmissão de doenças pelo sangue, reações alérgicas ou anafiláticas, reações imunológicas, sépticas, pulmonares e circulatórias. Assim, se por um lado a transfusão sanguínea pode salvar vidas, por outro é uma terapia associada a riscos potenciais que resultam no aumento da chance de infecção, do tempo de internação, de morbidade e mortalidade, além dos gastos hospitalares. Contudo, apesar de ser uma técnica amplamente utilizada, pouco se sabe sobre os efeitos epigenéticos no genoma dos pacientes que receberam uma transfusão de sangue alogênico. Assim, nossa hipótese é que este procedimento pode resultar em alterações epigenéticas em pacientes transfundidos, contribuindo para a ocorrência de reações transfusionais ainda não descritas ou pouco conhecidas. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo avaliar os possíveis efeitos epigenéticos, através da análise de metilação ampla do DNA (análise de metiloma), em pacientes que receberam transfusão de sangue total ou hemocomponentes alogênicos, em comparação com pacientes que não receberam transfusão sanguínea ou hemocomponentes em similares condições clínico- cirúrgicas. Neste sentido, 200 pacientes com Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM) agendada no Hospital São Paulo na disciplina de Cirurgia Cardiovascular irão compor um grupo controle (pacientes que não receberam transfusão de sangue total ou hemocomponente) e um grupo transfusão sanguínea (pacientes que receberam transfusão de sangue total ou hemocomponente). Serão coletadas, através do prontuário eletrônico do paciente, informações sociodemográficas e clínicas. Uma coleta sanguínea antes do procedimento e outra sete dias após o procedimento cirúrgico serão realizadas para avalição epigenética no genoma total. Com este trabalho, nós esperamos obter resultados ainda inéditos com relação à associação entre a metilação de DNA e as transfusões de sangue, o que poderá contribuir para a compreensão sobre o significativo aumento de morbimortalidade associado à transfusão.

Aspectos genéticos e epigenéticos da doença de Alzheimer

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A doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio neurodegenerativo, progressivo e crônico que provoca danos cognitivos e comportamentais como consequência da extensa perda sináptica e morte neuronal. As demências atingem mais de 50 milhões de pessoas no mundo, e a DA é a que mais comumente afeta a população idosa, provocando grandes danos sociais e econômicos. Algumas mutações já foram associadas à forma precoce de DA. Entretanto, a doença de Alzheimer de início tardio apresenta etiologia complexa, com o envolvimento de fatores genéticos e ambientais associados. Mecanismos epigenéticos têm sido evidenciados como fatores não-genéticos que podem influenciar no desenvolvimento e progressão da DA. Nesta mesa redonda, serão abordados algumas evidências de alterações epigenéticas encontradas nos cérebros de pacientes com doença de Alzheimer.

Mediadora

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